TECENDO SABERES

A INTERSECÇÃO DA TECNOLOGIA E DA INCLUSÃO NO COMBATE AO PRECONCEITO ESCOLAR

Autores

  • Luana Caroline Nascimento Universidade Estadual de Ponta Grossa
  • Ângela Robes Blanc Universidade Estadual de Ponta Grossa

Resumo

O ambiente escolar é, por definição, um espaço de encontros entre culturas, classes e raças, o que torna crucial criar atividades que não só incluam, mas valorizem as experiências dos alunos. Nesse contexto, bell hooks (2017) defende que a educação deve ser um espaço de transformação pessoal e social, desafiando normas e abordando desigualdades criticamente. Para hooks, a adoção de métodos não convencionais, como filmes e tecnologias — inclusive a Inteligência Artificial (IA) —, pode se tornar uma ferramenta poderosa na educação, desde que seu uso seja mediado por reflexões críticas. Embora muitas vezes vista como neutra, a IA reflete os valores e preconceitos de seus criadores, aproximando-se das críticas ao ensino tradicional, que frequentemente negligencia desigualdades sociais. Seu impacto, no entanto, transcende a sala de aula, influenciando a construção de identidades. Assim, se utilizada de forma inclusiva, a IA pode ser uma aliada no combate ao racismo e na promoção da justiça social. Este trabalho explora esse potencial por meio da criação de duas atividades de ensino de língua portuguesa na plataforma Kahoot, que abordaram o preconceito racial e a estereotipagem indígena com estudantes do ensino médio. Stuart Hall (2006), em sua análise sobre a representação, contribui para essa discussão ao destacar como as representações na mídia moldam percepções culturais e sociais. Hall afirma que representações podem tanto reforçar quanto desafiar estereótipos, impactando diretamente o conteúdo pedagógico a ser trabalhado em sala de aula. Embora a plataforma Kahoot ofereça uma interface acessível e multimodal, com vídeos, textos e imagens, ela apresenta limitações significativas. A restrição no número de caracteres por pergunta e a impossibilidade de personalizar o design comprometem a criação de um conteúdo mais profundo e visualmente atraente. Ainda assim, a ferramenta apoia o processo educacional, mesmo que a versão com IA, por ser paga, não tenha sido aplicada neste projeto. A experiência das autoras reafirma a importância de uma abordagem crítica ao uso da IA em sala de aula, especialmente no combate aos estereótipos e às dinâmicas de poder que moldam negativamente as identidades dos estudantes. A integração tecnológica na sala de aula é essencial para promover um ambiente de aprendizagem dinâmico, inclusivo e adaptável às necessidades dos alunos. Ferramentas como plataformas educacionais e softwares interativos enriquecem o currículo e estimulam o engajamento dos estudantes, tornando-os protagonistas de seu aprendizado. Além disso, a tecnologia rompe barreiras geográficas e sociais, promovendo equidade na educação. Ao adotar abordagens inovadoras como IA e gamificação, educadores podem tratar questões complexas como preconceito e desigualdade de forma interativa e reflexiva. Entretanto, é vital que o uso dessas ferramentas seja acompanhado de reflexão crítica e planejamento pedagógico cuidadoso. A tecnologia deve facilitar o aprendizado, não ser um fim em si. Assim, a formação continuada dos educadores é crucial para garantir seu uso consciente. Em resumo, a tecnologia tem o potencial de transformar a educação, preparando alunos para os desafios do século XXI e promovendo uma sociedade mais justa e inclusiva.

Biografia do Autor

  • Ângela Robes Blanc, Universidade Estadual de Ponta Grossa
     Pedagoga e acadêmica do curso de Licenciatura em Letras da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)

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Publicado

18-10-2024

Como Citar

TECENDO SABERES: A INTERSECÇÃO DA TECNOLOGIA E DA INCLUSÃO NO COMBATE AO PRECONCEITO ESCOLAR. (2024). Anais Da Jornada Científica Dos Campos Gerais, 22. https://iessa.edu.br/revista/index.php/jornada/article/view/2662