O ADOECIMENTO PSIQUICO EM CRIANÇAS VÍTIMAS DE VIOLENCIA
Resumo
A palavra violência deriva do latim violentia significa "veemência", “impetuosidade” e sua origem está relacionada ao termo "violação" (violare). Assim, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2002), a violência é caracterizada como o "uso de força física ou poder, em ameaça ou na prática que resulte em sofrimento, morte, dano psicológico, privação e desenvolvimento prejudicado. Esse trabalho tem como objetivo apontar através da literatura e evidências cientificas, as consequências físicas e emocionais que crianças vítimas de violência sofrem, utilizando como fonte de pesquisas as bases de dados SciELO e PubMed. A Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica a violência contra a criança em quatro tipos: abuso físico, sexual, emocional ou psicológico e negligência, os quais podem resultar em danos físicos, psicológicos; prejuízo ao crescimento, desenvolvimento e maturação das crianças. A violência passou a ser um fenômeno social com maior índice na infância , provocando impacto no desenvolvimento e uma catastrófica repercussão na vida adulta Entre 2004 e 2008 foram analisados relatórios de notificações de violência, sendo a doméstica com maior número , a faixa de 5 a 9 anos a mais atingida, e a violência física a mais notificada. 81% da violência sexual é praticada contra meninas, e o principal agressor, o pai. De acordo com o estudo realizado por Rates, Melo, Mascarenhas et al.(2014), que contabilizou as notificações de violência infantil no Brasil cedidas pelo SINAN NET (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) em 2011, foram registrados 17.900 casos ,dos quais 73,6% ocorreram em domicílio. Mulheres e crianças são as principais vítimas, em 2002 a estimativa apontava para 31.000 casos de homicídios de crianças com até 15 anos, a faixa etária de 0 a 4 anos é cinco vezes mais exposta a violência. Como consequência a criança carrega sentimento de culpa, vergonha, tolerância da vítima, severos problemas emocionais, sociais e/ou psiquiátricos podendo desenvolver depressão, transtornos de ansiedade, alimentares, dissociativos, transtorno do estresse pós-traumático , hipersexualização, baixo rendimento escolar, abuso de substâncias, ideações ou tentativas de suicídio, fugas do lar, isolamento social e irritabilidade. Portanto, através desta revisão foi possível observar que no Brasil muito se fala, mas pouco se produz, principalmente quando se trata de violência infantil. Há poucas produções científicas na Psicologia abordando especificamente este tema e considerando também suas consequências psicológicas através de evidências. É necessário que se produza mais a respeito do tema a fim de que este conhecimento possa contribuir para a mudança desta realidade e para a elaboração de políticas públicas e intervenções para a redução dos índices de violência infantil no Brasil e diminuição do sofrimento dessas crianças. Conclui-se então que os pais são os maiores perpetuadores da violência contra crianças, principalmente entre aquelas com faixa etária de 0 aos 5 anos , destacando a mãe como a maior agressora quanto ao tipo de violência , a negligência emerge como a principal forma de maus tratos.Downloads
Publicado
18-10-2024
Edição
Seção
Resumo Expandido
Licença
Copyright (c) 2024 Haianne Hechem Reda, Silvia Scheid Ianke, Naira Gomes Zaffalon, Milena Raquel Dombrowski
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
O conteúdo dos resumos e pôsteres é de suma responsabilidade de seu (s) autor(es), que reponde(m) pela veracidade dos dados e informações relatadas.
Como Citar
O ADOECIMENTO PSIQUICO EM CRIANÇAS VÍTIMAS DE VIOLENCIA. (2024). Anais Da Jornada Científica Dos Campos Gerais, 22. https://iessa.edu.br/revista/index.php/jornada/article/view/2697