O SOFRIMENTO ÉTICO-POLÍTICO: DISCUSSÕES SOBRE AS EXPERIÊNCIAS DE PSICÓLOGOS ESCOLAR, HOSPITALAR E SOCIAL
Resumo
A formação do povo brasileiro deu-se com a imigração dos europeus ao Brasil. Essa formação ocorreu com diversas mudanças no cenário político, econômico e cultural, resultando em divisão classista que produz consequências até os dias atuais. Desse modo, a pesquisa apresentada abordou a questão histórica da construção do povo brasileiro, bem como o caminho percorrido para a consolidação dos direitos que garantem a cidadania. Apresentou as políticas públicas da Assistência Social e da Psicologia, que instrumentalizam os profissionais da área psicossocial. O trabalho expõe o conceito de sofrimento ético-político, o qual se refere ao sofrimento advindo da privação de direitos. Empiricamente a pesquisa objetivou conhecer a experiência dos psicólogos que trabalham com sujeitos em situações de vulnerabilidade, como concebem a condição socioeconômica dessa população, e quais mecanismos utilizam para que haja o rompimento com as desigualdades sociais que o modelo assistencialista propicia. O trabalho foi realizado com pesquisa bibliográfica e empiricamente com grupo focal, com seis profissionais da área de Psicologia que atuam em instituições públicas que prestam serviços na área escolar, hospitalar, e na assistência social. Os resultados foram analisados pelo método fenomenológico, e apontaram que a experiência profissional e o aporte teórico necessitam de alinhamento para a garantia da cidadania.Referências
ACCORSSI, A. et al (orgs). E-Book Distintas faces da questão social: desafios para a Psicologia. Florianópolis: ABRAPSO: Edições do Bosque/CFH/UFSC, 2015. p. 177-196. (Coleção Práticas Sociais, Políticas Públicas e Direitos Humanos; v. 5). Disponível em: . Acesso em: 10 out. 2017.
BOCK, A. M. B. Psicologia sócio-histórica: uma perspectiva crítica em psicologia. In BOCK, A. M. B.; GONÇALVES, M. G. M.; FURTADO, O. (orgs.) Psicologia sóciohistórica: uma perspectiva crítica em psicologia. 6ª ed. São Paulo: Cortez, 2015. p. 21-46.
BRASIL. Constituição (1824). Constituição Política do Império do Brazil: outorgada em 25 de março de 1824. Disponível em: . Acesso em: 06 mai. 2017.
______. Constituição (1891). Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil: outorgada em 24 de fevereiro de 1891. Disponível em: . Acesso em: 06 mai. 2017.
______. Constituição (1934). Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil: outorgada em 16 de julho de 1934. Disponível em: . Acesso em: 06 mai. 2017.
______. Constituição (1937). Constituição dos Estados Unidos do Brasil: outorgado em 10 de novembro de 1937. Disponível em: . Acesso em: 06 mai. 2017.
______. Constituição (1946). Constituição dos Estados Unidos do Brasil: outorgado em 18 de setembro de 1946. Disponível em: . Acesso em: 06 mai. 2017.
______. Constituição (1967). Constituição da República Federativa do Brasil: outorgada em 24 de janeiro de 1967. Disponível em: 59 . Acesso em: 06 mai. 2017.
______. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: outorgada em 05 de outubro de 1988. Disponível em: . Acesso em: 06 mai. 2017.
______. Presidência da República. Lei orgânica da Assistência Social. Lei nº 8.742, de 07 de dezembro de 1993. Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 08 dez. 1993. Disponível em: . Acesso em: 06 mai. 2017. CARVALHO, J. M. de. Cidadania no Brasil: o longo caminho. 3. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Referência técnica para atuação do(a) psicólogo(a) no CRAS/SUAS. Brasília: CFP, 2007. 48 p. Disponível em: . Acesso em: 07 out. 2017.
______. V Seminário Nacional Psicologia e Políticas Públicas - Subjetividade, Cidadania e Políticas Públicas. Brasília: CFP, 2011a. 188 p. Disponível em: . Acesso em: 07 out. 2017.
______. Senhoras e senhores gestores da Saúde, Como a Psicologia pode contribuir para o avanço do SUS. 1ª ed. Brasília: CFP, 2011b. 24 p. Disponível em: . Acesso em: 07 out. 2017.
______. Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas(os) no Centro na Educação Básica. Brasília: CFP, 2013. 58 p. Disponível em: . Acesso em: 07 out. 2017.
COSTA, L. C. da. Questão Social e Políticas Sociais em Debate. Sociedade em Debate, Pelotas, 12(2) p. 61-76, jul.- dez., 2006. Disponível em: . Acesso em: 10 mai. 2017. 60 FERNANDES, F. O negro na emergência da sociedade de classes. In: ______ A integração do Negro na sociedade de classes: o legado da "raça branca". Vol. 1. 3ª ed. São Paulo: Ática, 1978.
FREITAS, C. R.; GUARESCHI, P. A. A Assistência Social no Brasil e os usuários: possibilidades e contradições. Diálogo, Canoas, n. 25, p. 145-160, abr. 2014. Disponível em: . Acesso em: 20 fev. 2017.
FREUD, A. O ego e os mecanismos de defesa. Tradução Francisco Settíneri.Porto Alegre: Artmed, 2006. Disponível em: . Acesso em: 18 out. 2017.
GATTI, B. A. Grupo focal na pesquisa em ciências sociais e humanas. Brasília: laber Livro Editora, 2005.
GONZÁLEZ-REY, F. Pesquisa qualitativa e subjetividade: os processos da construção da informação. Tradução Marcel Aristides Ferrada Silva. São Paulo: Cengage Learning, 2010.
LANE, S. T. M.; CODO, W. (orgs). Psicologia Social: o homem em movimento. 8ª ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1989.
LANE, S. T. M.; SAWAIA, B. B. (orgs). Novas veredas da psicologia social. São Paulo: Brasiliense; Educ, 2006.
LEITE, A. L. A. R. Perfil sociodemográfico de mulheres atendidas no CAPS AD Guará. 2015. 59p. Monografia de Especialização. Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas. Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília, Brasília. Disponível em: . Acesso em: 10 ago. 2017.
MANGUALDE, A. A. dos S. et al. Perfil epidemiológico dos pacientes atendidos em um Centro de Atenção Psicossocial. Mental, Barbacena, v. 10, n.19, p. 235- 248, dez. 2013. Disponível em: . Acesso em: 17 ago. 2017. 61
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME. SECRETARIA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. Política Nacional de Assistência Social "“ PNAS, Norma Operacional Básica "“ NOB/SUAS. Brasília, 2005. Disponível em: . Acesso em: 05 fev. 2017.
______. Sistema Único de Assistência Social "“ SUAS, Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do SUAS "“ NOB-RH/SUAS. Brasília, 2006. Disponível em: . Acesso em: 10 out. 2017.
MOREIRA, D. R. O método fenomenológico na pesquisa. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002.
PEREIRA, V.T.; GUARESCHI, P., Representações sociais da psicologia sobre os usuários do CRAS: culpabilização dos sujeitos em vulnerabilidade social.
DIÁLOGO, Canoas, n. 26, p. 09-24, ago. 2014. / ISSN 2238-9024. Disponível em: . Acesso em: 19 set. 2017. PINSKY, J.; PINSKY, C. B., (orgs). História da Cidadania. 6ª ed. 3ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2016.
PLONER, K. S. et al (orgs). Ética e paradigmas na psicologia social. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2008. Disponível em: . Acesso em: 07 out. 2017.
PRATES, A. M.M. C. Os impasses para implementação do Sistema Único de Assistência Social no município de Guarapuava-PR. 2011. 246p. Dissertação de Mestrado. Ciências Sociais Aplicadas, Estado, Direito e Políticas Públicas. Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa. Disponível em: . Acesso em: 07 fev. 2017.
RIBEIRO, D. O Povo Brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. SAWAIA, B. Fome de felicidade e liberdade. In CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM EDUCAÇÃO, CULTURA E AÇÃO COMUNITÁRIA. Muitos lugares para aprender. São Paulo: CENPEC/Fundação Itaú Social/UNICEF, 2003. p. 53- 63. 62 SAWAIA, B. (org.). As artimanhas da exclusão: análise psicossocial e ética da desigualdade social. 11 ed. Petrópolis: Vozes, 2011.
SPINK, M. J. P. Psicologia social e saúde: práticas, saberes e sentidos. 4ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.