COMORBIDADES EM ADULTOS COM TDAH
Resumo
O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) é “definido por níveis prejudiciais de desatenção, desorganização e/ou hiperatividade e impulsividade”, resultado de uma condição no neurodesenvolvimento, ou seja, os sintomas iniciam na infância e afetam negativamente múltiplas esferas da vida (DSM-5-TR, 2023). Alguns sintomas do TDAH podem entrar em remissão à medida em que se envelhece, sendo que uma parte dos indivíduos permanecerá com a mesma gravidade sintomática e outros terão disfunções relacionadas ao transtorno, como isolamento social, depressão ou baixa autoestima (BIEDERMAN, NEWCORN E SPRICH, 1991). Tais comorbidades costumam levar os adultos a procurarem suporte psiquiátrico ou psicológico, visto que a impulsividade e distração/desatenção, e consequente exposição a situações de risco, reduz a expectativa de vida destes indivíduos quando não tratados (BARKLEY, 2020). Os diagnósticos clínicos mais comuns de comorbidades em indivíduos com TDAH são: transtorno por uso de substância (exclui a cafeína): ≈ 15%; ansiedade: ≈ 48%; associação com o Transtorno Bipolar: ≈ 20%; transtorno explosivo intermitente: ≈ 20%; Transtorno Depressivo Maior: ≈ 18%. (KRESSLER et al. 2006). O paciente pode relatar auto percepção de incapacidade ou insuficiência divido às experiências disfuncionais causadas pelo TDAH. O diagnóstico do transtorno pode ser difícil pois não há marcadores, é feito apenas clinicamente por meio de entrevista e, na vida adulta, devido à subjetividade, à manipulação dos relatos, a outros sintomas psiquiátricos ou ao uso de substâncias, torna-se ainda mais moroso. Pode-se valer de relatos de pessoas próximas que acompanharam o indivíduo na infância, sendo que os sintomas devem estar presentes há no mínimo 6 meses e ser pervasivos (afetar várias áreas) (DSM-5-TR, 2023). Os testes não são capazes de garantir um diagnóstico, mas são ferramentas úteis, como a Entrevista para o Diagnóstico do TDAH em Adultos (DIVA-5, 3ª ed.) em que o paciente preenche um questionário sozinho, e o ASRS-18 (Adult Self-Report Scale), uma escala auto aplicável para adultos. O tratamento psicoterapêutico, associado ou não ao acompanhamento psiquiátrico e à medicação, é essencial para adultos com TDAH, pois seu repertório comportamental não foi desenvolvido adequadamente e demanda ajuda profissional para melhorar a qualidade de vida e evitar as comorbidades. Palavras-chave: TDAH. Comorbidade. Diagnóstico. Psicoterapia. Referências: American Psychiatric Association (APA). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. Disponível em: < https://www.institutopebioetica.com.br/documentos/manual-diagnostico-e-estatistico-de-transtornos-mentais-dsm-5.pdf >. Acesso em: 11 set. 2024. BARKLEY, R.A. ADHD Adversely Impacts Health, Mortality Risk, and Estimated Life Expectancy by Adulthood. The ADHD Report, v.28, n.4, jun. 2020. Disponível em: <https://guilfordjournals.com/doi/epdfplus/10.1521/adhd.2020.28.4.1>. Acesso em: 20 set. 2024. BIEDERMAN, J.; NEWCORN, J.; SPRICH, S. Comorbidity of attention deficit hyperactivity disorder with conduct, depressive, anxiety, and other disorders. American Journal of Psychiatry, EUA, v.148, n.5, p.564-577, mai. 1991. Disponível em: <https://psychiatryonline.org/doi/epdf/10.1176/ajp.148.5.564>. Acesso em: 20 set. 2024. KESSLER, R.C.; ADLER, L.; BARKLEY, R.; BIEDERMAN, J.; CONNERS, C.K.; DEMLER, O.; FARAONE, S.V.; GREENHILL, L.L.; HOWES, M.J. The Prevalence and Correlates of Adult ADHD in the United States: Results From the National Comorbidity Survey Replication. American Journal of Psychiatry, EUA, v.163, n.4, p.716-723, abr. 2006. Disponível em: <https://psychiatryonline.org/doi/10.1176/ajp.2006.163.4.716>. Acesso em: 19/09/2024.Downloads
Publicado
18-10-2024
Edição
Seção
Resumo Expandido
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Como Citar
COMORBIDADES EM ADULTOS COM TDAH. (2024). Anais Da Jornada Científica Dos Campos Gerais, 22. https://iessa.edu.br/revista/index.php/jornada/article/view/2719