A VIVÊNCIA DO ADOECIMENTO: Reflexões sobre Liberdade e Busca de Sentido à luz da Psicologia Existencialista

Autores

  • Maria Leia Kratsch Faculdade Sant'Ana.

Resumo

Este trabalho tem como objetivo apresentar uma compreensão do fenômeno do adoecimento a partir de uma perspectiva fenomenológica humanista e existencial. De modo mais específico, busca-se tratar este fenômeno não como uma mera experiência negativa, mas como uma possibilidade de ressignificação da própria existência. Para tanto, utilizar-se-á da pesquisa bibliográfica sob o respaldo de autores da fenomenologia existencial. Pode-se, portanto, refletir sobre a interface saúde e doença, tendo como pressuposto de que o homem pode se tornar um agente transformador de algo negativo, como o adoecimento, em algo positivo e possível de encontrar um sentido. Assim, pode-se verificar que a postura que se assume diante de uma situação de sofrimento está relacionada a atitude frente a um destino inevitável e inalterável. O destino pode não ser mudado, contudo, o homem pode mudar a si mesmo, pode se definir e redefinir. Nessa direção, a atuação do psicólogo se ocupa em despertar a consciência para o autoconhecimento, para a realização de valores, em desenvolver a capacidade para enfrentar e superar as dificuldades, isto é, desenvolver e potencializar a resiliência. A relação terapêutica aparece como condição necessária geradora de mudanças no indivíduo com intuito de levá-lo a buscar sentido, sendo este o caminho para autotranscedência.

Biografia do Autor

Maria Leia Kratsch, Faculdade Sant'Ana.

Bacharel em Psicóloga. Especialista em Psicologia Humanista.

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Publicado

18-12-2020

Como Citar

Kratsch, M. L. (2020). A VIVÊNCIA DO ADOECIMENTO: Reflexões sobre Liberdade e Busca de Sentido à luz da Psicologia Existencialista. Faculdade Sant’Ana Em Revista, 4(1), p. 53-64. Recuperado de https://iessa.edu.br/revista/index.php/fsr/article/view/622

Edição

Seção

Artigos