A CONSTITUIÇÃO DAS REPRESENTAÇÕES DOS SUJEITOS: UMA ANÁLISE COM BASE EM BOURDIEU, CHARTIER E LEFEBVRE
Resumo
O presente texto versa sobre o processo de constituição das representações pelos sujeitos na visão de três autores: Bourdieu, Chartier e Lefebvre. Pierre Bourdieu é sociólogo francês e defensor do movimento antiglobalização, morreu aos 71 anos na França, em 2002. O historiador Roger Chartier, graduado pela Université Sorbonne, em Paris, elaborou o conceito de representação com base nas reflexões propostas por Bourdieu. Henri Lefebvre nasceu na França, na região dos Pirineus, e teve sua formação em Filosofia, com exploração das áreas de Matemática, Linguística, História e Sociologia. Assim, busca-se compreender os vieses do conceito de representações na perspectiva desses autores. O artigo traz as aproximações e as divergências entre os referenciais, sendo a origem das representações na prática cotidiana um dos resultados identificados como ponto em comum entre os três referenciais mencionados. As representações não são manifestações cristalizadas, ao contrário, elas se constroem a partir do concebido, do que se tem à disposição na vida real de acordo com a vivência pessoal do sujeito. São entendidas como classificações e divisões que organizam a apreensão do mundo social como categorias de percepção do real, não são atos e/ou discursos neutros. A partir das representações, é possível compreender as relações de poder existentes nos campos, e as formas de compreensão sobre a realidade, ou seja, a concepção de mundo social e os valores que se defende. As posições ocupadas pelos indivíduos revelam as representações, por isso elas não dependem de vontades individuais para surgirem, mas, sim, de um campo social.Referências
BERGER, P.; LUCKMANN, T. A construção social da realidade: tratado de sociologia do conhecimento. Tradução Floriano Fernandes. 4. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1978.
BOURDIEU, P. Questões de Sociologia. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1983.
BOURDIEU, P. Coisas ditas. São Paulo: Brasiliense, 2004.
BOURDIEU, P. O Campo Científico. In: ORTIZ, R. (Org.). Pierre Bourdieu. Sociologia. São Paulo: Ática, 1994. p. 112-143.
BOURDIEU, P. A economia das trocas lingüísticas. São Paulo: USP, 1996.
BOURDIEU. P. A economia das trocas lingüísticas: o que falar quer dizer. Tradução Sérgio Miceli. 2. ed. São Paulo: USP, 1998.
CHARTIER, R. A História Cultural entre práticas e representações. Tradução Maria Manuela Garlhado. Lisboa: Difiel, 1990.
CHARTIER, R. A História Cultural: entre práticas e representações. Tradução Maria Manuela Galhardo. 2. ed. Algarves, Portugal: Difiel, 2002.
CHARTIER, R. O mundo como representação. Estudos de Avaliação. São Paulo, v. 5, n. 11, abr. 1991.
DURKHEIM, E. Representações individuais e representações sociais. In: DURKHEIM, E. Sociologia e Filosofia. São Paulo: Ícone, 1994. p. 9-54.
LEFEBVRE, H. O marxismo. 3. ed. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1963.
LEFEBVRE, H. O fim da história. Lisboa: Dom Quixote, 1971.
LEFEBVRE, H. La presencia y la ausencia: contribución a la teoría de las representaciones. México: Fondo de Cultura Económica, 1983.
LEFEBVRE, H. A vida cotidiana no mundo moderno. São Paulo: Ática, 1991.
LEFEBVRE, H. A revolução urbana. Belo Horizonte: UFMG, 2008.
LEFEBVRE, H. O direito à cidade. Itapevi: Nebli, 2016.
MACHADO, C. R. Momentos da obra de Henri Lefebvre: uma apresentação. Ambiente & Educação, Rio Grande, v. 13, p. 83-95, 2008.
PENIN, S. Cotidiano e escola: a obra em construção. v. 2. São Paulo: Cortez, 1989.
SCHUTZ, A. Collected Papers I: The problem of social reality. The Hague: Martinus Nijhoff, 1962.
SOTO, W. H. G. O pensamento crítico de Henri Lefebvre. Revista Espaço Acadêmico, Maringá, v. 12, n. 140, p. 22-28, jan. 2013.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Declaração de Direito Autoral
Os autores e co-autores concordam com os seguintes termos:
a) Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da sua autoria e publicação inicial nesta revista.
b) Autores cedem os direitos de autor do trabalho que submetem à  apreciação do Conselho Editorial, que poderá veicular o artigo na Faculdade Sant'Ana em Revista e em bases de dados públicas e privadas, no Brasil e no exterior.
c) Os autores são estimulados a publicar e distribuir a versão onlline do artigo (por exemplo, em repositórios institucionais ou em sua página pessoal), considerando que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e as citações do artigo publicado.
d) Esta revista proporciona acesso público a todo o seu conteúdo, uma vez que isso permite uma maior visibilidade e alcance dos artigos e resenhas publicados.Â