OS REFLEXOS DAS COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS NA FORMAÇÃO TÉCNICA E PROFISSIONAL
Palavras-chave:
Educação. Formação técnica e profissional. Competências Profissionais. Trabalho. Capital.Resumo
Este estudo tem por objetivo contextualizar e problematizar a formação técnica e profissional, como uma como uma política pública de concepção estatal com vistas a ideologia das competências profissionais para a empregabilidade. Para atender ao objetivo proposto, tanto do ponto de vista teórico quanto metodológico, optou-se pelos princípios da Teoria Sócio Histórica que se fundamenta nos pressupostos do materialismo histórico dialético, pois permite abordar o objeto pesquisado dentro de uma totalidade social articulada, preservando suas especificidades, conexões e mediações ao articular os aspectos internos e externos no qual o objeto está inserido. Um dos fatores apresentados pelo Estado para justificar essa formação é o velho discurso de que aproximará a escola para a realidade social, ao mesmo tempo em que trará benefícios para os estudantes no sentido de os mesmos poderem escolher determinadas áreas do conhecimento que querem cursar e, assim, aprofundar seus estudos, bem como em ser uma oportunidade rápida para os jovens escolherem uma profissão para conseguir um emprego, pois o argumento é de que não há força de trabalho jovem suficientemente preparada para ingressar no mercado de trabalho. Entretanto, compreende-se que esses apontamentos se apresentam com o intuito de preservar os princípios da competência profissional e da empregabilidade como um processo histórico para manter a essência da reprodução ideológica do capital nas relações de educação e trabalho no processo de aprendizagem.Referências
ALVES, G. Toyotismo como Ideologia Orgânica da Produção Capitalista. RET. Rede de Estudos do Trabalho, 2010.
ANTUNES, R. Os Sentidos do Trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo, SP. 2ª ed. Boitempo, 2009.
ARROYO, Miguel. Trabalho, Educação e Teoria Pedagógica. In: FRIGOTTO, G. (Org.). Educação e Crise do Trabalho: Perspectivas de final de século. 2. ed.: Editora Vozes, 1998.
BRASIL, 2012. Resolução CNE/CEB nº de 06 de setembro de 2012. Define Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio. Brasília, 2012.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, 1996.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988.
BRASIL. Lei nº 13.415, de 16 de fevereiro 2017. Institui a Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral.
CIAVATTA, M.F; RAMOS, M. Ensino Médio e Educação Profissional no Brasil: dualidade e fragmentação. Revista Retratos da Escola, Brasília, v. 5, n. 8, p. 27-41, jan./jun. 2011.
DUARTE, N. Vygotsky e o "aprender a aprender": crítica à s apropriações neoliberais e pós-modernas da teoria vigotskiana. Tese de Livre-docência. Araraquara: FCLAr/UNESP, 1999.
GENTILI, P. Três teses sobre a relação trabalho e educação em tempos liberais. In: SANFELICE, J. L.; SAVIANI, D.; LOMBARDI, J. C. (Org.). Capitalismo, trabalho e educação. Campinas: Autores Associados, Histedbr, 2005.
KUENZER, A. Reforma da educação profissional ou ajuste ao regime de acumulação flexível? In: Trabalho, Educação e Saúde, v. 5, n. 3, p. 491-508, nov.2007. https://doi.org/10.1590/S1981-77462007000300009
KUENZER, A. Trabalho e Escola: A flexibilização do Ensino Médio no Contexto do Regime de Acumulação Flexível. Revista Educação e Sociedade, Campinas, v. 38, nº. 139, p.331-354, abr.-jun., 2017. https://doi.org/10.1590/es0101-73302017177723
KRAPÍVINI, V. O que é materialismo dialético? Moscou, Edições Progresso, 1986.
LIMA, João Francisco Lopes. A pedagogia e o cenário pós-moderno: sobre as possibilidades de continuar educando. Educere et Educare: Revista de Educação, Cascavel, v. 5, n. 10, 2010.
MACHADO, L. R. S. Educação básica, empregabilidade e competência. Revista Trabalho e educação, Belo Horizonte: NETE/ FAE/UFMG, n. 3, p. 15-21, jan./jul. 1998.
MANFREDI, S. M. Trabalho, qualificação e competência profissional "“ das dimensões conceituais e políticas. Educação e Sociedade. V. 19, nº 64, Campinas, 1999. https://doi.org/10.1590/S0101-73301998000300002
MANFREDI, S. M. Uma crítica à pedagogia das competências, 2010.
MANFREDI, S. M. Educação Profissional no Brasil: Atores e cenários ao longo da história. Junidaí, Paco Editorial, 2016.
MARX, K.; ENGELS F. A ideologia Alemã. 1ª edição. São Paulo: Expressão Popular, 2009.
MÉSZÁROS, I. A educação para além do capital. São Paulo, SP. 2ª ed. Boitempo, 2008.
SAVIANI, D. O golpe retrocedeu a educação para 1940. Entrevista concedida ao Brasil de Fato, 15 dez. 2017.
SAVIANI, D. Escola e democracia. Campinas, SP: Autores Associados, 2008.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Declaração de Direito Autoral
Os autores e co-autores concordam com os seguintes termos:
a) Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da sua autoria e publicação inicial nesta revista.
b) Autores cedem os direitos de autor do trabalho que submetem à  apreciação do Conselho Editorial, que poderá veicular o artigo na Faculdade Sant'Ana em Revista e em bases de dados públicas e privadas, no Brasil e no exterior.
c) Os autores são estimulados a publicar e distribuir a versão onlline do artigo (por exemplo, em repositórios institucionais ou em sua página pessoal), considerando que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e as citações do artigo publicado.
d) Esta revista proporciona acesso público a todo o seu conteúdo, uma vez que isso permite uma maior visibilidade e alcance dos artigos e resenhas publicados.Â