SUJEITOS, EXPERIÊNCIAS E TRAJETÓRIAS DE VIDA
A relação dos presos-educandos com a escola na prisão
Palavras-chave:
Educação em prisões. Relação detento-escola. Educação de Jovens e Adultos. Estado do Conhecimento. Trajetórias de vidaResumo
O debate acerca da educação em prisões tem ganhado considerável destaque na última década, bem como a atenção dos pesquisadores sobre o tema. Nesse contexto, o objetivo deste artigo é analisar, por meio de pesquisas acadêmicas stricto sensu, como os presos-educandos percebem a educação no ambiente prisional e quais relações são estabelecidas por eles com a escola nesse contexto de privação de liberdade. Para isso, foi conduzida uma pesquisa do tipo Estado do Conhecimento, selecionando doze dissertações e teses como corpus analítico para o estudo. Essa seleção visa ampliar e apresentar questões específicas abordadas nas pesquisas acadêmicas sobre a escola na prisão, levando em consideração todas as características que a envolvem, como carga horária, infraestrutura, oferta de disciplinas, número de vagas, entre outros. A análise das teses e dissertações foi realizada por meio da abordagem de análise de conteúdo proposta por Bardin (2011), com o objetivo de compreender os significados atribuídos pelos detentos à escola na prisão, assim como os desafios enfrentados para o acesso e a garantia desse direito. Os resultados revelaram uma similaridade nas relações estabelecidas pelos sujeitos em relação à educação e escolarização no ambiente prisional. Por meio das pesquisas, foram identificados quatro possíveis relações estabelecidas pelos presos-educandos com a escola na prisão: educação para a remição de pena, educação como forma de retomar processos educativos interrompidos, educação para a garantia de um futuro melhor e educação como distração temporária.Referências
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